terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Avenida, bolsa, curva, cachorro e cadeira lilás de plástico?

Era escuro, madrugada talvez, não havia nada de concreto ao meu redor, apenas uma avenida vazia de mão dupla, na curva. Aparentemente cercada de nada, pelo menos nada que a urbanizasse. Frio, um ar de mistério e eu sem saber o que havia antes e depois da curva. Não me restava mais nada a não ser andar na intensão de saber o que havia depois da curva. Havia uma bolsa no chão, minha talvez, não lembro, mas eu seguia sem apanhar a bolsa e não conseguia voltar, não conseguia dar meia volta, não conseguia andar pra tráz pra pegar a minha bolsa com as minhas coisas, não conseguia nem olhar pra tráz, mas eu sabia que tinha deixado a minha bolsa lá. Também havia um cachorro, meio estranho...ele fazia coisas que um cachorro normal não faria. No meio daquele nada ele conseguiu uma cadeira, uma corda, amarrou a corda em algum lugar acima dele, mas acima dele não havia nada, subiu na cadeira, deitou de maneira esquisita da qual eu nunca tinha visto um cachorro deixar, e lá ficou, deitado naquela cadeira lilás de plástico, no meio da madrugada, numa avenida vazia de mão dupla, na curva. Agora acordado, ainda não sei o que havia depois daquela curva pois ela nunca acabava, e não sei se quero saber.

Nenhum comentário: