terça-feira, 19 de agosto de 2008

O que ninguém quer saber.


Amargo é nascer e viver em função da sociedade e morrer pra que ela não sinta sua falta. Amargo é fingir um sorriso e achar engraçado uma piada que não tem a menor graça. Amargo é olhar nos olhos de quem nunca nos vê. É não ter um propósito nessa vida longa e miserável. Amargo é ter esse propósito destroçado por quem só sabe dizer "não" e atrapalhar. Amargo é ter tudo por fora e ser vazio por dentro. É ter vontade de gritar na terra do silêncio. Amargo é não ter coragem de gritar. É chorar água com sal. É vomitar elogios a quem não merece. É não receber os elogios que merece. Mais amargo é sentir saudades de quem está tão perto. Do que está tão perto. De quem se vê tão longe. Amargo é um beijo doce, é um olhar de açúcar que derrete quando a lágrima escorre. É saber que um dia tudo vai se tornar "nada". Que todo o milagre do pó, vai voltar ao pó. Que todo esforço foi em vão. Que as mão sujas, vão ser sujas até o fim. E no fim, tudo vai fingir ser maravilhoso. Tudo vai fingir ter sentido. E todo mundo vai fingir estar feliz, sentado numa cadeira desconfortável dizendo "obrigado, aqui está bom".

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Madrugada longa!

A minha prima, a Nádia, me chamou pra ir assistir ao show de uma amiga dela que tem uma banda de rock. No começo eu não fiquei muito afim de ir, mas depois me deu uma vontade enlouquecida de ir pra esse show. Tudo bem, depois de muitas conversas indecisas sobre a gente ir ou não, nós fomos. O show começou nove e meia da noite, foi muito bom e a banda era muito boa, até aí tudo bem. Quando terminou, quase onze horas, a gente foi pra parada de ônibus e passamos mais de uma hora esperando e nada de passar nenhum. A gente ficou desesperado. Sem ônibus, sem dinheiro pra taxi, sem dinheiro pra comer. Eu disse: ah prima, a gente vai ter que passar a noite por aqui, vamos passar a noite no Dragão do Mar (centro cultural). Tudo bem, nós fomos. Derrepente o guarda pede pra gente sair de lá por que já tava na hora de fechar. Quando eu ouvi isso eu desabei por dentro. Eu pensei que lá ficasse aberto a noite inteira, mais que nada. A coitada da minha prima tava tão preocupada que não dizia uma palavra inteligente que desse uma jeito no nosso problema. Fomos tentar pegar um taxi, só que era quarenta reais, poooorra! Sem condições. E o cara ainda teve a cara de pau de dizer que era promoção. Quase que eu mandava ele tomar no (prefiro não comentar). Então. Voltando ao assunto, depois disso a gente subiu numa rua super esquisita, cheia de gente esquisita, Pra ir pra parada dinovo. No meio do caminho achei melhor ligar pro meu pai pra ele ir buscar a gente. A prima concordou, mas ela ficou logo pensando que ía levar carão: Ai meu Deus, eu não acredito, teu pai vai brigar com a gente e num sei o que...e blá blá blá. Quando ele chegou, todo mundo calado dentro do carro sem dizer uma palavra. Aquele clima de tensão quase me matando. Tudo bem, ele foi até em casa conversando com o amigo dele que tava no banco da frente. Só sei que a prima durmiu lá em casa e depois disso só vi no outro dia. Nunca mais eu saio de casa com pouco dinheiro. Ai meu Deus, quando lembro me dá até uma aflição.