segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tão frágil, tão forte.


É tão inerte...mórbido.
É tão sem cor, sem vida, sem fôlego.
As cores estão escondidas, ou meus óculos retém saturação?

É tão sem voz, sem graça, nada sublime.
Esse preto e branco sem razão,
Uma capa colorida que esconde a pele cinzenta.

Sonolento, impaciente...
É meio fosco e sem brilho sem estrelas.
Não faz barulho, não balança o sino, não provoca uma canção.

Existe em forma de letras, em forma de poesia,
Mas sem o vigor e a dinâmica do teatral.

Hoje é o que tem, amanhã talvez não tenha mais,
Um prego equilibrista à 20 mil pés
Num fio frágil.

Se vê na importância de apenas existir,
Seja forte ou seja fraco, ainda existe e existirá.
Ele não vai desistir ainda cansado de nadar.

É o fio mais forte que o prego encontra
Para se equilibrar e não cair.
Faz do risco de morte uma maneira de não entediar
e nunca deixar de existir.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Alguém que não lê meu caderno.

Não sei por que insisto tanto em escrever assim, dessa forma direcionada num caderno que você nunca vai lê, mas se eu não transformo meu coração em palavras, se eu não faço dele um verso ou dois, jogo fora meu caderno, e com ele a esperança de que um dia você ao menos folheie estas páginas. Assim eu prossigo, falando mais uma vez que estou caminhando rumo ao nada, onde algo muito maior me espera, onde vou me surpreender mais uma vez ou não, onde tudo grita, onde tudo brilha mais pra mim e nem sempre isso é bom. Mas preciso ver, preciso ouvir. O sentido das minhas frases sempre tão batidos, escrevo sempre mais do mesmo, mas se escrevo em função de quem não lê meu caderno, quem não lê meu caderno poderia mudar o rumo das coisas, pra que eu mude o rumo da minha prosa. Não é fácil ver as coisas do meu jeito, pros outros, afinal, o meu jeito é singular demais pra que alguém concorde com a minha forma de pensar. Infelizmente a maioria das pessoas pensam como pensa quem não lê meu caderno e não posso criticar por isso, cada cabeça uma sentença, a beleza está nos olhos de quem vê, enfim, ainda deve haver muitos outros ditos como estes que enfatizam as diferenças intelectuais. Mas tudo bem, tudo normal demais, volto ao meu caderno e deixo aqui as palavras de quem ilusoriamente pensa que as pessoas sejam capazes de mudar, mas não mudam. Posso pagar pela minha língua, mas, ainda não vi a diferença que tanto espero, e se um dia ver, quem me dera se eu dia eu ver, faço desse texto um jogo de sete erros, num comparativo meio que corrigindo minhas próprias palavras, eu mesmo me desmintindo e não vou negar, ainda espero que isso aconteça.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O que nos falta?

Um dia nós fomos o que hoje não somos mais. Amor ainda existe demais, transborda do que não é suficiente. Mas o que falta? O que há em nós ou o que não há? Beijos sem calor, toques que não passam de um bom e velho hábito. Sem parar pra pensar duas ou três vezes, és o meu melhor, a minha melhor parte, és a minha hora preferida ou pelo menos deveria ser, deveria estar sendo. Nesse nosso relógio os ponteiros marcam a hora errada, mas é essa a hora que quero ter e é recíproco eu sei. Por que não diz que não te basto mais? Por que não diz que já não sente amor? As coisas são mais fáceis quando existe apensas a praticidade do físico, quando coração entra, entra pra dar um nó cego. Por que você não desiste logo, e eu por que não desisto também? Por que não te deixo pra tráz, e por que não faço de você dispensável? Ainda que eu queira, por mais que eu tente...Sustenta meu vício, me estraga, me deixa em pedaços. Faz uma lavagem, conta meus dias, diz que meu fim está próximo. Acaba com meus planos, desfaz de mim...só não deixa de buscar sempre o que falta, só não deixa nunca de me amar assim tão maudoso.