quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Hoje é o dia individual da saudade.

Tanta vontade de te ligar, ouvir tua voz mais uma vez, pela última vez, como ontem. Tanta saudade no meu peito, meu coração tão aperetado, uma tristeza... Escrevendo e surgindo aos poucos um sorriso de canto de boca, aquele sorriso que você tanto gostava, que achava charmoso e segundo você, deixava todas as mulheres me olhando cretinamente com um olhar guloso. Tanta lembrança do teu beijo, tanta saudade do toque das tuas mãos, uma vontade de te abraçar, uma ânsia voraz de te ver. Nada pra fazer a não ser pensar na possibilidade de te ter de volta, na minha vida, a tua boca na minha, o teu corpo no meu, pra ver se muda o meu jeito brega de escrever. Pra ver se muda a maneira comum que eu tenho usado pra encaixar as palavras. Pra ver se o meu tempo passa um pouco mais rápido, pra ver se o meu dia fica mais prazeroso. Ja tentei buscar você onde obviamente você não existia, tentei te substituir, fiz de tudo pra conseguir me concentrar em um outro corpo, em uma outra boca e acabei fazendo o que todos os homens fazem, acabei dando pontos às rotulações ao fato de ser HOMEM. Mas não é nisso que eu to mirando agora, é na minha saudade, no meu orgulho, é no meu coração, que parece tão pequeno, na grandiosidade do meu cérebro, que enganosamente, acha que sabe mais que o coração.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Avenida, bolsa, curva, cachorro e cadeira lilás de plástico?

Era escuro, madrugada talvez, não havia nada de concreto ao meu redor, apenas uma avenida vazia de mão dupla, na curva. Aparentemente cercada de nada, pelo menos nada que a urbanizasse. Frio, um ar de mistério e eu sem saber o que havia antes e depois da curva. Não me restava mais nada a não ser andar na intensão de saber o que havia depois da curva. Havia uma bolsa no chão, minha talvez, não lembro, mas eu seguia sem apanhar a bolsa e não conseguia voltar, não conseguia dar meia volta, não conseguia andar pra tráz pra pegar a minha bolsa com as minhas coisas, não conseguia nem olhar pra tráz, mas eu sabia que tinha deixado a minha bolsa lá. Também havia um cachorro, meio estranho...ele fazia coisas que um cachorro normal não faria. No meio daquele nada ele conseguiu uma cadeira, uma corda, amarrou a corda em algum lugar acima dele, mas acima dele não havia nada, subiu na cadeira, deitou de maneira esquisita da qual eu nunca tinha visto um cachorro deixar, e lá ficou, deitado naquela cadeira lilás de plástico, no meio da madrugada, numa avenida vazia de mão dupla, na curva. Agora acordado, ainda não sei o que havia depois daquela curva pois ela nunca acabava, e não sei se quero saber.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Só hoje...


Hoje eu não to fazendo parte do mundo, não to me adaptando na sociedade nem com as pessoas que não se adaptam como eu. Hoje eu não deveria ter levando, seria melhor pra mim, melhor pras pessoas que me cercam, enfim...Hoje eu não to querendo festa, não to falando de ninguém e hoje meus julgamentos absurdos tiraram folga. Hoje as minhas palavras estão menos expresivas, simplesmente elas não conseguem dizer nada pra ninguém. Hoje ninguém me disse "bom dia", ninguém perguntou como eu estou e espero que não perguntem. Hoje ninguém tocou no assunto e eu, talvez espere que alguém toque, que alguém insista pra que eu possa desamarrar as minhas palavras. Hoje a minha gasrganta ta pequena, meus olhos estão encharcados, meu nariz ta escorrendo. Hoje eu não chorei, eu não sorri, ainda não briguei com ninguém. Hoje ela não está aqui e nem eles, e amanhã ela não vai estar aqui e provavelmente eles também não. Hoje o meu barco afundou, a minha mula empacou, me olhei no espelho e me senti feio, me toquei e me senti pior como pessoa, meu sexo ta medíocre, meu samba ta passional, meus versos estão mudos. Minha música encomoda, meu hálito ta horrível, a minha barba da daquele tamanho. Meu cabelo ta assanhado a minha cara ta péssimo e mais tarde, o que mais vai se deteriorar em mim? Hoje eu perdi a minha autivez, a minha beleza ta lá em baixo e a minha autoestima eu esqueci por aí em algum lugar. Hoje eu não to imponente como de costume, não to pra cima e nem to me escondendo atráz de um sorriso e de uma cara confiante. Hoje eu não vou seduzir ningúém, não vou fazer ninguém me querer e não vou querer ninguém. Hoje eu não vou me arrumar como de costume, não vou me mostrar mas só por hoje...só hoje. Eu juro que é só por hoje.