
É tão inerte...mórbido.
É tão sem cor, sem vida, sem fôlego.
As cores estão escondidas, ou meus óculos retém saturação?
É tão sem voz, sem graça, nada sublime.
Esse preto e branco sem razão,
Uma capa colorida que esconde a pele cinzenta.
Sonolento, impaciente...
É meio fosco e sem brilho sem estrelas.
Não faz barulho, não balança o sino, não provoca uma canção.
Existe em forma de letras, em forma de poesia,
Mas sem o vigor e a dinâmica do teatral.
Hoje é o que tem, amanhã talvez não tenha mais,
Um prego equilibrista à 20 mil pés
Num fio frágil.
Se vê na importância de apenas existir,
Seja forte ou seja fraco, ainda existe e existirá.
Ele não vai desistir ainda cansado de nadar.
É o fio mais forte que o prego encontra
Para se equilibrar e não cair.
Faz do risco de morte uma maneira de não entediar
e nunca deixar de existir.